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O diálogo sobre presente

31 outubro 2008

Hoje fere a boca,
Deixa que a placenta te doa,
Que o sangue te rebente das unhas.
Hoje esmurra as olheiras
E deixa-te ser objecto,
Aproveita a lei fundamental.
Hoje deixa-te em baixo.

E esfaqueia a boca,
Deixa o paladar dos cabelos ser o gume
E que as mãos ouçam o vapor nas costas.
E não digas as palavras...
E... e... só a boca.

Hoje deixa-te de ser,
Sê os dentes na boca outra vez.
Hoje espeta-te, experimenta.

No presente, deixa escorrer os instantes
Com a boca na gula.

E hoje... de madrugada,
Deixa-te comigo.

(Disse-me em monólogo)

4 __:

Vício disse...

pareceu-me um trialogo!

Anónimo disse...

Muito bom!

gostei muito.



beijo,bom f.d.semana**

Anónimo disse...

sim

hoje

deixo

Ga b riel Ba lta zar disse...

Gostei do poema Daniel.

"Cheirou-me" a cólera quando o li.

Abraços