A pia ganha bolor,
Quando paralisada
Pelos dedos vestidos,
Porque são gordos e cheios.
No quarto-de-banho,
A pia tem micose.
O resto dos dedos,
Presos no ralo,
Está pendurado na pia escamada,
O resto viciado e guloso.
No quarto-de-banho,
A pia tem seringas.
C'os pés para a cova,
O resto viciado e vítima,
Espremido na pia rugosa.
Vício
29 janeiro 2008
Vácuo cheio por Daniel Simões às 18:59
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
3 __:
Isso da micose fez-me lembrar de quando apanhei micose no nariz (sim, isso existe! humpf).
Já tão farta de ouvir tais boquinhas da sociedade (ou do meu irmão) como "foste meter o nariz onde não eras chamada", refugiei-me no meu sótão, e foi nessa semana, que conheci o Nuno Markl, no há vida em markl (ou Marte, como julgava na altura) enfim, nostálgicos momentos, esses em que fazia de rapunzel na janela do sótão!
E com isto, nada comentei acerca do poema. AINDA! =P muito descritivo, objectivo...e o facto de teres feito um poema com a palavra micose faz dele uma coisa genial... concluindo.. Muito Bem!
Beijo!*
Eu gostei, mas tinha metido a palavra lodo em qualquer sítio.
Parecendo que não é uma palavra polivalente, cheia de significado e enquadrava-se no poema.
Micose também fica bonito em qualquer texto, mas ...pah eu punha lodo em qualquer sítio. Pensa nisso.
Não se trata de pegar numa palavra "cheia de significado" e escrever um poema só para a por lá no meio.
É certo que gosto de usar este tipo de linguagem, mas todas as palavras têm significado.
Mas, "maw", vou pensar nessa palavra, e escrever algo sobre ela.
Alff, obrigado pelo comentário e pela história da micose, devem ter sido momentos, deveras, inspiradores.
Enviar um comentário