A morte é covarde,
Foge ao compromisso.
Quando encostada à parede,
A morte é batoteira.
A morte escolhe o caminho mais fácil:
Ela própria.
Como num buraco negro,
Os corpos à volta da morte
São parábolas e hipérboles,
Incertos, desalinhados, engolidos.
A morte não escolhe,
Ela tira à sorte.
Não existe destino,
Nem religião,
Nem superstição,
Ela tira à sorte.
A morte é preguiça,
Tem a roupa no chão
E a louça na banca.
Ao Tio Mário
7 __:
Grande poema. Muito bem Daniel. Sinceramente um dos melhores teus que já li.
De facto a Morte tira à sorte! Não há justificação possível para ela. Ela tira à sorte.
Abraço ;)
Além de pregiçosa, a morte é também ela inevitável! e isso é que é pena!
Bonita forma de transmitires pensamentos!
* ;)
Caramba, ainda á pouco cá istive e CA.BOOM
nova edição do enche vácuos!
já te perguntei porque é que a vaca vai ao espaço?
A vaca vai ao espaço para ir ter com o vácuo. Admiro-me por ninguém ter feito essa pergunta antes.
O novo aspecto é para variar um pouco.
Obrigado pelos comentários.
Gosto do novo template.
a morte
atira-nos contra a dor.
e dói.
Beijo.
Oh Daniel... Nunca te tinha visto como poeta.. mas isto está mesmo bom!
Sem dúvida alguma que a morte é covarde, preguiçosa e aleatória! Goste mesmo, mas mesma da tua caracterização!
Continua a escrever, porque eu já estou encantada (e olha que não sou muito dada à poesia) * ;)
GNOMA
[Adolfo Luxúria Canibal / Miguel Pedro]
Dá-me mais quero mais
Desse vinho bem forte
Acre sol estival
De uma vida em desnorte
Já perdi o que tinha
A família a consorte
Para ser mero pó
Falta só vir a morte a morte
Tem calma irmão
Que a morte está aí para todos nós
E à parte as mães
Ninguém pode afirmar de viva voz
Que deixa cá algo
Quando a vida nos solta enfim os nós
Serve então mais um copo
Uma noite a beber
Não fará mal pior
E dará p’ra esquecer
O vazio que me ataca
Esta dor de viver
A feroz solidão
Que me faz q’rer morrer morrer
Tem calma irmão
Que a morte não precisa do teu sim
É coisa certa
Mais vale fazer da vida um festim
Canta antes dança
Que a vida não te surja mais ruim
Cantar eu?
Dançar dizes tu...
Serve então mais um copo para ajudar
Tem calma irmão
Que a morte não precisa ser assim
Canta e vais ver
Que a vida não te larga mais por fim
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