RSS

Poema regenerativo

06 setembro 2008

Os braços eram corrigidos com a chuva.

Milhares de esferas ensopadas,
Desde milhares de pés acima,
Com milhares de elementos sujos
E milhares de salpicos nas telhas.

E uma saraivada cairia mais tarde.

Com o lápis algemado,
Suavizava versos de serenata.
Não conseguia, é tão lamechas isso de escrever romantismo,
Opino eu.

Caía então.
Era gelo, contra o magnetismo do solo.
As persianas com a pele aberta,
As terras tinham varicela
E havia putos a saltar nas poças.

Os braços eram aparados à chuva.

8 __:

S. disse...

Gostei muito. Acho que foi o que mais gostei de tudo o que já li teu. MAGNÍFICO!

Ga b riel Ba lta zar disse...

Muito bom...

Neste caso não seria lápis algemado mas talvez "teclado empenado" ;)

Gostei bastante, anseio por ver um livro de poemas publicado por ti.

Abraço

NunoSioux disse...

Meu, o teu blog está cheio de nove horas!!!! QUe é como quem diz: Epá cum catano pá que cena meu.......

Abraço

Anónimo disse...

tão bom, tão bom...
nada como o alívio momentâneo with arms wide open de sentir as gotas da chuva contra um desgosto (de amor, de a vida, de...)

bjs

NunoSioux disse...

Tens algum ornitorringo que me dispenses?

Anónimo disse...

Sioux,
para que raio queres um ornitorringo e um gato?
:D

bjs

Anónimo disse...

gostei dos braços a aparar a chuva.



Beijo.boa semana.

Daniel Simões disse...

Sofia, obrigado, fico contente quando gostam do que escrevo.

Gabriel, poderia ser teclado empenado, mas, como rabisco sempre no papel antes de passar para o blog, continuo com o lápis algemado.

Nunosioux, epá cum catano pá que cena meu, tás de volta!! E não, não tenho nenhum ornitorringo, mas tenho dois pares de corvos se quiseres.

Anatcat, não é preciso um desgosto para estar à chuva. Porque não estar simplesmente à chuva? É bom...

ELA, estiveste na Jamaica? Safada... Lá, a chuva deve ser tão boa...