Às escondidas é outra coisa!
Foi como saltar de pára-quedas, mas com o tecido por baixo...
Lascivus #3
23 novembro 2009
Lascivus #2
15 novembro 2009
A noite seria curta para tanto desejo.
E dizer desejo é pouco para tanto corpo em carne viva...
(era a roupa espalhada pelo chão e a cama ateada)
Lascivus #1
30 outubro 2009
Vá lá, sai de cima da mesa, veste-te, ainda descobrem.
Ou então que se dane, as cortinas são espessas.
Poesia é...
05 outubro 2009
É uma composição dentro do balde.
As letras homogeneizadas
Na mistura de imagens.
É uma composição no balde incolor.
As ideias não têm cordão umbilical,
Elas são instantes.
É uma composição no balde breve.
A vagem no fim do prazo
Na confusão de slides virtuais.
É uma composição evaporando-se.
As palavras pagam imposto
E a mente é um conjunto de baldes.
Multlipicação
01 março 2009
O verniz vermelho despenhado nas costas,
As costas dentro da mente pasmada.
Queria que as marcas fossem exponenciais,
Que o peito teu fosse meu.
As mãos na espessura,
Difundidas.
Queria que as palavras fossem no estado sólido,
Que os estados dilatassem.
O verniz vermelho no todo,
O vento das nossas bocas,
A chuva dos poros,
O corpo multiplicado no corpo.
Divisão
09 fevereiro 2009
Os dedos matam a fome cor de pele.
Entrega-me a derme,
Sem ferir a face.
Eu entrego-te os anseios
E a saudade.
Deixa o corpo vivo ser a carne lasciva,
Eu deixo-me ser devasso.
Os dedos partem os objectos da mesa.
Entrega-te.
Eu entrego-me.
O resto é igual a zero.
04 fevereiro 2009
Se não houver o que proferir,
Que venham os incêndios,
Em forma de eufemismo.
E que venham emoções por polir,
Nós temos a resina…
(Tenho andado distraído...)
Sociedade #1
06 janeiro 2009
Via a música pelo meio das gentes,
Não sei o que ouvia,
O que via era mudo,
Era água nas paredes.
Gentes entupidas nos relógios.
Estava surdo,
O eco era apenas na mente.
As máquinas buzinavam
Em frequências não pontuadas.
Via a música nas gentes,
Gentes sem reticências,
Sem nada que lhes diga.
Poema desorientado
03 janeiro 2009
Começaste pelo chão duro.
Esmagadas, as palmas em vácuo,
Completavas o circuito eterno.
Os pés eram apóstrofes,
Chamava-se o passado em insanidade.
Despregadas eram as tábuas onde dançavas.
A cambalhota pelas horas ensonadas.
Era tarde para as guitarras,
Já as velhas iam na última hora
E os telhados escorregavam.
Um jantar de madrugada:
Havia geada sobre os pássaros,
Sobre os versos longos
E por cima da luz amarela dos postes.
A receita era pouco ensaiada - legumes e massas a ressonar.
Acabaste pelo chão duro.